Síndrome Gripal

Mulher no sofá agasalhada assoando o nariz com lenço de papel

O aumento dos casos durante o mês de dezembro no país é um fenômeno incomum, que pode estar associado à baixa cobertura vacinal contra a gripe, à flexibilização das medidas de restrição adotadas como prevenção à Covid-19 e ao relaxamento da etiqueta respiratória, que inclui o uso de máscaras, a higienização das mãos e o distanciamento social.

Existem quatro tipos de vírus Influenza: A, B, C e D – os dois primeiros são responsáveis por epidemias sazonais em várias regiões do mundo, com circulação predominantemente no inverno e, o terceiro, causador de infecções mais brandas. Já o vírus influenza D, identificado em 2011 e isolado nos Estados Unidos em suínos e bovinos, não é conhecido por infectar ou causar a doença em humanos.

O tipo A é classificado em subtipos, como o A (H1N1) e o A (H3N2). Os nomes das cepas são definidos pelas proteínas essenciais para a capacidade de infecção do vírus Influenza, a hemaglutinina (H) e a neuraminidase (N).

Existem pelo menos 18 subtipos de hemaglutininas e 11 subtipos de neuraminidases descritos pela ciência. O vírus A (H3N2), por exemplo, que tem circulado com maior predominância no Brasil em 2021, contém hemaglutinina subtipo 3 e neuraminidase subtipo 2, linhagem “Darwin”, foi a cepa predominante da mais recente temporada de gripe no hemisfério Norte.

O vírus H3N2 é facilmente transmitido entre pessoas por meio de gotículas liberadas no ar quando a pessoa gripada tosse ou espirra.

Além disso, ele também pode ser transmitido através de objetos, como copos, talheres, maçanetas e corrimões, logo, se outra pessoa entrar em contato com esses itens e levar as mãos à boca ou aos olhos antes de lavá-las, poderá se infectar.

Mesmo com letalidade menor que a Covid-19, o H3N2 tem mais chances de evoluir para casos graves em grupos de risco (crianças, idosos, gestantes e indivíduos com comorbidades).

Período de incubação

O período de incubação do vírus H3N2 é de três a cinco dias, quando começa a manifestação dos sintomas. Porém, também é possível que uma pessoa tenha a doença de uma forma assintomática, sem apresentar nenhuma reação.

Durante o período de incubação ou em casos de infecções assintomáticas, o paciente também pode transmitir a doença. O período de transmissão do vírus em crianças é de até 14 dias, enquanto nos adultos é de até sete dias.

A doença pode começar a ser transmitida até um dia antes do início do surgimento dos sintomas. O período de maior risco de contágio é quando há sintomas, sobretudo febre.

Sintomas

Todos os tipos de vírus influenza podem provocar os mesmos sintomas, como febre alta, tosse, garganta inflamada, dores de cabeça, no corpo e nas articulações, calafrios e fadiga, perda de apetite, irritação nos olhos, vômito, mal estar e diarreia principalmente em crianças

Medidas de precaução

As medidas de prevenção contra gripe são as mesmas utilizadas no combate à Covid-19.

O uso de máscaras protege contra a Covid-19 e contra Influenza H3N2 e H1N1. Assim como lavar as mãos, evitar ambientes com grandes aglomerações, manter os ambientes ventilados e evitar contato com alguém gripado, que são medidas que ajudam a prevenir a transmissão.

A vacina contra a gripe é a maneira mais eficaz de evitar essa infecção. Muitas pessoas acham que a vacina pode causar a gripe, mas isso não passa de um mito. Algumas pessoas podem estar gripadas antes de tomar a vacina, fazendo com que ela não tenha tempo para agir. Além disso, a vacina contra a gripe não evita resfriados, já que esses são causados por vírus diferentes.

Tratamento

– Oseltamivir é um antiviral que está indicado em algumas situações como:

• Pacientes internados
• Pacientes com doença grave ou progressiva
• Caso suspeito com manifestações clínicas de síndrome gripal, sem síndrome respiratória aguda grave, pertencentes a grupo de risco para complicações (crianças, idosos, gestantes e pessoas com comorbidades).

O Tempo para início do tratamento deve ser de até 48 horas do início dos sintomas.

Vacina contra gripe

A atual vacina contra gripe, disponível na campanha de imunização de 2021, se mostrou capaz de conferir proteção contra a influenza H3N2 (Darwin), mesmo sem ter a cepa na sua composição. Este é o resultado de testes realizados no Instituto Butantan, produtor da vacina distribuída pelo Ministério da Saúde.

A vacina atual trivalente, composta pelo vírus da influenza H1N1, H3N2 e B, conferiu a proteção cruzada (quando o imunizante foca em neutralizar um vírus, mas consegue neutralizar outro) contra a cepa Darwin em testes de laboratório justamente por conter uma cepa H3N2, da mesma origem.

A proteção cruzada pode ocorrer principalmente quando um imunizante contém em sua composição uma cepa semelhante à que se quer proteger. Isso acontece porque os vírus evoluem com o tempo, mas mantêm estruturas semelhantes. A nova versão da vacina da influenza, que será distribuída em 2022, é trivalente, composta pelos vírus H1N1, H3N2 (Darwin) e a cepa B, e já está sendo produzida pelo Butantan em suas fábricas.

As vacinas quadrivalentes, que contam com quatro cepas do vírus, apresentam a mesma recomendação de composição, com o acréscimo da linhagem B/Yagamata (neste ano: Phuket/3073/2013).

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